Há exatamente 40 anos um grupo de estudantes catoleenses, no dia 22 de outubro em 1969, foram presos amontoados na cadeia publica local onde hoje existe o banco do Brasil. Esses estudantes ousaram contestar a ditadura militar que tinha se apossado do poder através de um golpe de estado, articulado pelos EUA através da CIA como forma de manter tanto o Brasil como também outras nações latino-americanas sob sua zona de influencia, já que a União Soviética surgia no hemisfério sul também como potencia militar, ameaçando os interesses americanos na região.
Tivemos o exemplo da revolução cubana que através da guerra de guerrilhas obteve sucesso esmagador como força militar libertando o povo cubano do domínio americano.
Em 69 vivíamos as tensões mundiais da guerra do Vietnam, como também vivíamos uma fase de grande fertilidade de idéias e conquistas científicas, onde a humanidade buscava novos caminhos, novas formas de governo como parte da evolução global.
Em Catolé também elevamos bem alto esta chama através do movimento estudantil, e também nos organizamos junto as organizações populares de esquerda como forma de libertação a exemplo da revolução cubana, onde o povo por intermédio da luta armada obteve a vitória final.
A historia da resistência dos estudantes e personalidades progressistas em nossa cidade, faz parte da historia do Brasil, onde combatentes em varias regiões e estados não se submeteram ao domínio militar, já que todas as opções legais de luta tinham sido suprimidas pelos atos ilegais aprovados por um congresso dominado, só restava a luta armada como forma do povo combater a ilegalidade. Muitos tombaram no processo da luta, cabeças pensantes de excepcional qualidade foram presos, executados, torturados ate a morte, seus corpos jogados em vala comum. Ainda hoje existem cerca de 140 desaparecidos políticos em todo o país. Pessoas, revolucionários valorosos que não tiveram a dignidade de um sepultamento por suas famílias. Lutamos e lutaremos sempre que haja o perigo da escuridão tentar suplantar a luz. Orgulhamo-nos, mesmo com todo o sofrimento, de haver contribuído com essa luta para a normalidade democrática. De todos os estudantes catoleenses que sofreram, 3 deles foram condenados pela chamada, justiça militar, a cumprirem pena de 1 ano de prisão na penitenciaria modelo do estado, entre eles eu: Ubiratan Cortez Costa, Ariosvaldo da Silva Diniz e Francisco Alves Dantas. Essa historia esta sendo escrita para que nossos conterrâneos tenham conhecimento que Catolé resistiu e para que nossos filhos, nossa juventude nunca passem pelo sofrimento que nos foi imposto, simplesmente por que lutamos pelos direitos fundamentais das pessoas, pela liberdade e por melhores dias para a humanidade. Hoje é um dia de alegria para mim e para todos nós, porque através da luta podemos vislumbrar um futuro onde a cultura, o conhecimento e a sabedoria sejam a viga mestra dos agrupamentos humanos. Termino, citando uma frase do filósofo francês Jean Paul Sartre, “vivemos na esperança, vale a pena viver”.
Ubiratan Cortez Costa
19/10/2009
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